Nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025, o vaticano anunciou a morte de Papa Francisco. Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, em 1936, e tornou-se o primeiro papa latino-americano da história em 2013.
Filho de imigrantes italianos, o pontífice cresceu em um bairro popular, entre o futebol, a fé e a rotina comum de uma família argentina. E desde que assumiu o lugar em Roma reuniu uma série de episódios pouco usuais para alguém que ocupou o cargo máximo da Igreja Católica.
De hábitos simples a decisões inesperadas, Franscisco marcou seu papado por posturas que destoaram de seus antecessores. Por isso, a seguir você conhece algumas das curiosidades do pontífice que com certeza irá deixar saudades para muitos.
Da juventude do Papa Francisco ao chamado religioso

Antes de entrar no seminário, Bergoglio foi técnico em química, estagiou em laboratório e chegou a viver paixões breves.
Uma delas, durante o seminário, foi descrita como uma “provação” por ele próprio em autobiografia: conheceu uma jovem em um casamento de família e passou dias sem conseguir rezar.
A decisão pela vida religiosa, no entanto, ganhou força depois de uma confissão feita por impulso, aos 17 anos. A experiência foi descrita como decisiva.
Também na juventude, enfrentou uma infecção pulmonar grave que o levou a perder parte do pulmão direito – condição que acompanhou discretamente ao longo da vida.
Escolhas que surpreenderam o Vaticano
Francisco foi o primeiro papa jesuíta e o primeiro não europeu em mais de mil anos.
Na escolha do nome papal, o gesto também fugiu ao convencional: inspirado por um pedido do cardeal brasileiro Dom Cláudio Hummes – “não se esqueça dos pobres” –, ele adotou o nome Francisco em referência a São Francisco de Assis.
Após ser nomeado cardeal, recusou que fiéis viajassem até Roma para homenageá-lo e pediu que o valor gasto com passagens fosse doado aos pobres.
Na eleição como papa, em 2013, surpreendeu novamente ao escolher viver na Casa Santa Marta, em vez do tradicional Palácio Apostólico.
Hábitos pessoais pouco comuns de Papa Francisco

Francisco nunca teve televisão em seu quarto no Vaticano. Desde 1990, quando prometeu a Deus que deixaria de assistir, manteve o compromisso. Tira uma sesta de cerca de 40 minutos após o almoço e prefere rotina austera.
No transporte, evitava carros oficiais e usava ônibus em Buenos Aires. Na juventude, era apaixonado por tango, assim como frequentava bailes com os amigos e torcia fervorosamente pelo San Lorenzo. Torcedor declarado do clube até hoje.
Ele não esconde que gosta de música. Em 2015, chegou a lançar um disco com mensagens religiosas ao lado de um grupo de rock italiano, o Le Orme.
Gestos simbólicos e encontros marcantes

Durante um voo entre Santiago e Iquique, no Chile, em 2018, realizou o casamento de um casal de comissários que teve a cerimônia religiosa cancelada por um terremoto. O ato ocorreu a 25 mil pés de altura.
Outro gesto marcante foi o encontro com o patriarca ortodoxo Cirilo I, da Rússia, em 2016 – o primeiro em mil anos entre líderes das duas igrejas. Ao vê-lo, o Papa exclamou: “Finalmente!”.
Em 2015, em Bangui, na República Centro-Africana, dividiu o papamóvel com um imã local. Em Bangladesh, no ano seguinte, pediu publicamente perdão aos rohingyas, minoria muçulmana perseguida em Myanmar.
Ao falar com um grupo de refugiados, afirmou: “A presença de Deus hoje também se chama rohingya”.
Durante a pandemia de COVID 2019, por sua vez, Papa Francisco acaba lembrado por rezar uma missa pela saúde mundial sozinho em praça no vaticano. Imagem que rodou o mundo.
Posicionamentos públicos de Papa Francisco que geraram repercussão

Por fim, apesar da discrição em muitos hábitos, o papa Francisco não evitava temas polêmicos.
Assumiu posições firmes sobre a crise climática, assim como criticou os conflitos armados e denunciou as condições dos migrantes e refugiados.
Além disso, apoiou a mediação entre Cuba e Estados Unidos, envolveu-se em iniciativas inter-religiosas e pediu perdão publicamente por abusos cometidos por membros do clero.
Em relação à guerra na Ucrânia, fez apelos frequentes e emocionados, incluindo lágrimas em aparições públicas para o fim do conflito.
Sua atuação foi também marcada por críticas internas, especialmente pelo tom progressista de alguns posicionamentos. Ainda assim, manteve-se como uma das figuras mais influentes do século XXI, com uma trajetória incomum tanto antes quanto durante seu papado.
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